sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Tya - O fim do outono

A pressão silenciosa sobre as tropas Tya era enorme, todos sabiam o que os cercava. Parecia que todos os postos de vigilância haviam sido movidos para ali, eles não tinham ideia que as tropas escarlates eram muito maiores. A pergunta a ser feita é, quando eles atacariam?
Loreah estava exausta, os turnos de treino em que ela ensinava novas formas de batalha eram contínuos, ela estava acrescentando o seu conhecimento as formas já aprendidas dos soldados. A tarefa era mais fácil que ensinar pessoas sem treinamento de combate, Adáia era rígida e exigia treino continuo de seus comandados foi isso que facilitou para Loreah porque se dependesse dos combates que eles entraram nas últimas primaveras, haveria soldados sem noção nenhuma de combate, formação, formação em equipe. Depois do ocorrido da mistura de vivências entre Adáia e Loreah, elas trabalhavam como uma, organizando treinando e ensinando sobre os cavaleiros escarlates. Eles já tinham avançado o outono apenas treinando, recrutando e definindo as defesas.
Liof passou todos os dias ensinando o que conseguia lembrar sobre a magia, contou toda a sua história a Marian e a preparou como compreendia ser o melhor. Nesse tempo, ambos estudaram os símbolos na caixa e identificaram algumas coisas, havia seis lugares para seis símbolos, porém aquele que construiu a caixa escrevera apenas quatro deles. Eram os símbolos básicos (foi dessa forma que Liof os apelidou), símbolos representantes dos quatro elementos simples: Água, fogo, ar e terra. Descobriram que o símbolo desenhado por Loreah era relacionado ao ar, hipóteses criadas pelos raciocínios. Liof estava tentando algumas confirmações com a regente, porém o crescimento da menina que dava voz a entidade protetora de Tya estava começando a afetar diretamente com a comunicação. A menina criara um controle maior de sua mente. Não podendo então deixar fluir, teria que aprender como possibilitar essa comunicação.
Sten entrou para guarda de Tya e treinava com todos os outros soldados, aprendera com os outros soldados as regras da honra de Tya e sobre o respeito ao ser. O denominado selvagem descobrira regras de civilidade muito mais complexas do que antes, em Tya tudo importava, desde plantas e animais até a vontade livre do ser. Ali todos poderiam ser o que quisessem ser e fazerem o que quisessem fazer, observando lógico o limite em que o querer afetava de modo negativo a vida de todos.
Pãntrio e Pirtrio entraram cada um na área que queria aprender, Pirtrio quis aprender a tratar de animais e Pãntrio quis aprender a como conduziria os trabalhos e virou o único menino a ser ensinado pela apuradora.
Em uma noite Adáia,Guinn, Liof, Marian, Loreah e Sten jantavam juntos. Os copos cheios de sumoçetil, só Sten não bebia.
Nós temos uma quantidade grande mas eles são mais numerosos— Adáia não conseguia parar de pensar.
Considere que cada um deles tem a força de dois de nossos soldados mais fortes — soou Loreah cansada.
Eu ainda acho que nossa maior vantagem é o local, estamos no campo em que mais conhecemos— Guinn foi categórica, enquanto levava uma torta salgada a boca
Mas para aproveitarmos precisamos que eles ataquem — soaram juntas as chefes da guarda.
Ficar nessa espera é terrível, o sentinela precisa desse tempo, nós não podemos dar esse luxo a ele  — O velho Guardião alarmou a todos.
Por que não os trazemos para o nosso campo? — Marian questionou.
Não é tão simples, eles não cedem a emoções. Não há como incomodá-los e fazer isso os trazerem até nós— Adáia falou com enfado, Loreah e ela haviam conversado várias vezes sobre isso.
Sten olhava para a conversa pairando na mesa, seus cabelos agora estavam amarrados, o elmo não permitia o seu cabelo livre. Como sempre o silêncio era o seu companheiro, sua boca se abria para quase nada. Observar era uma de suas maiores qualidade.
Por que não aumentamos nosso terreno— a mesa parou— podemos utilizar a terra de baixo dos pés deles, já que eles não vêm por emoção mudemos a forma de ataque.
Mas como faríamos o chão desmoronar?— Adáia gostou da ideia Loreah olhou intrigada para seu soldado.
Como faríamos essa ação?
Sten juntou as sobrancelhas, questionando a si mesmo sobre a ideia. Guinn foi ágil.
Podemos fazer um túnel a baixo da borda e fazê-lo desmoronar.
Demorará demais!— Loreah novamente.
Podemos cavar pontos-chave durante a noite e fazer cair esses pontos e assim que atacarmos não vai ter como eles esperarem mais— Marian complementou o pensamento.
Um sorriso de alívio surgiu no rosto de todos eles, talvez desse certo, eles precisavam apenas de uma luz.

As noites seguintes foram de grande trabalho para os mineiros e ferreiros, furtivamente cavaram apoiando madeiras fortes que aguentavam o peso necessário. Foi deixado um mecanismo feito por Loreah que faria a madeira quebrar e ceder. Bastava rachá-la ou causar um impacto maior e ela deixaria de suportar. Tudo pensado por todos. O ataque estava preparado. O dia seguinte era o dia em que os soldados escarlate conheceriam melhor a guarda de Tya.

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