sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Valian Continua!

Valian continuará

Se você chegou até aqui, deve ter escutado alguma historia minha, ou esta em busca da continuação da historia de Valian. Muito bem, as trovas cantadas nessa taverna eram proferidas por um Trovador( que resolvi revelar, conto um pouco mais aqui)

Ele demandou uma mudança para que continuasse contado as historias e bem, nesse caso eu não tenho tanta escolha então criei um site que ainda esta em construção mas que você já consegue acompanhar as historias por outro lugar que é o a pagina. Obrigado pela compreensão!


Atenciosamente,

Jorge

sábado, 23 de abril de 2016

Runei - o despertar da multidão ( 2 de 2 )

  Os portões se abriram revelando o vazio. Sten olhou fixamente, ainda sobressaltado porém seus instintos não sinalizavam nada de ameaçador. Buscou seus companheiros escondidos entre as folhagens próximos a entrada do túnel, fez um sinal que apenas seus soldados, Pirtrio e Pãtrio viriam entender. Ele entraria e se demorasse muito para voltar eles poderiam entrar, não queria arriscar nenhuma vida na incursão, preferia verificar sozinho.
Os passos cautelosos do selvagem ecoavam nas paredes alvas. Pelos vitrais, do corredor mais externo da grande fortaleza, o buraco ainda estava em chamas. Tudo dentro daquele lugar era majestoso, um contraste gigantesco com a pobreza da parte baixa de Runei, pinturas exaltando o senhor alvo e sua família que era composta de dois filhos, sua esposa e uma filha; haviam pinturas do monstruoso cavaleiro escarlate primordial. Um arco mostrava um corredor que dava acesso ao interior da parte alva. Escavada nas paredes da pedra, a cidade teria o tamanho de metade de Tya, descendo um pouco Sten viu os acessos para o local aonde ficavam os arqueiros que o atacaram. Ninguém estava ali, não teriam eles evacuado aquele local tão rápido.

Aprofundou um pouco mais nas galerias que levavam a um círculo, iluminado pelo sol que entrava pelo topo da construção através de um buraco com mecanismos nas bordas enormes, que tinha do local aonde ele olhava era separado em partes, haviam ruas, plantações, criadouros de todos os tipos de animais e uma sala dourada que ficava fixada na parede do que era o fim daquela parte central. Descendo as galerias do grande castelo Sten lembrou a composição dos formigueiros verde-mato, aonde elas montavam várias casas e locais de descansos para suas operárias enquanto a rainha cuida da parte de alimentação e transmitia a formas de expansão do formigueiro. Nas ruas do círculo Sten observou as plantações que agora pareciam envenenadas assim como as matas perto de Runei, o cheiro era o mesmo; os animais estavam catatônicos, com andares lentos tudo causado pelas pedras fincadas na parte central da cabeça de cada um deles, as veias saltavam mostrando que foram transformadas em pedra escarlate. Quanto mais se aproximava da sala dourada um fungar aparecia no ar, ele olhou com calma todo o local e o barulho vinha da fenda na parede próxima a sala.
As mãos de Sten mergulharam no breu, sua mão esquerda encontrou a nuca e a direita agarrou um ombro. Os olhos prata da menina de cabelos negros fitavam o homem com a armadura de Tya. A menina sentiu mais lágrimas acumularem nos olhos até que firmou os lábios finos e contraiu as sobrancelhas, não deixando uma só se derramar.
— O que você quer com o reino do meu pai? É por sua causa que os homens de vermelho machucaram todos e forçaram a saírem daqui?
Sten a soltou, deixando ela no chão e agachando para ter uma conversa na mesma altura que a menina
— Como é seu nome?
— Finuara, a herdeira da cidade lunar – estava firme mesmo diante do desconhecido
— O que aconteceu aqui, você pode me contar.
— Os soldados vermelhos apareceram aqui a muitas luas atrás e participaram de uma festa. Depois dessa festa meu pai começou a construção de um grande túnel, ele sempre me levava pra ver quantas pedras vermelhas e verdes possuíam nas paredes do túnel – ela fez uma pausa deixando uma lágrima sair pelos olhos – ele iria até o grande castelo da montanha. A duas luas atrás o monstro vermelho chegou com seus soldados e meu pai ficou bravo, muito bravo e hoje de manhã antes do som de aviso do grande mago os soldados vermelhos atacaram, mandaram meu pai e todo nosso povo cravar a pedra vermelha em nós mesmo. Meu pai mandou eu e meus irmão nos escondermos e tentou revidar. Ele não queria aceitar as ordem do monstro vermelho. Eu me escondi e não sai por nada. Agora vejo que todos foram embora.
— Aonde esta esse túnel?
— Fica na parte de trás do trono dourado.

Sten forçou a porta do que a menina chamou de trono e quando abriu a terra havia tomado conta do local, haviam feito a passagem desmoronar. Um barulho constante de engrenagem marcava alguma coisa, um sino badalou.
— O que é isso? – Sten perguntou a menina.
— O sistema de fechar, papai criou pra nos manter trancados durante a alta noite. Começa trancando as portas mais interiores e até as grandes…

Sten a pegou no colo e começou a correr:
— Eu quero ficar aqui!
— Menina tudo que é suprimento aqui esta envenenado, você só morreria.

A velocidade que o selvagem alcançava era grande mesmo com aquela armadura, além do barulho das engrenagens Sten escutava também o rachar de rochas, passou pelas grandes galerias, pelos quadros. Uma porta que dava para a saída do grande portão estava prestes a se fechar por completo ele jogou a menina no meio das portas que surgiam da lateral do corredor
— Vai até a mata e fale que Sten mandou te protegerem.
Ele correu para trás voltando a parte dos vitrais, um corredor mais interno daria para a outra saída. Correu ate a porta e a viu se fechar, estava preso. Quebrou os vitrais e observou melhor, passou para o lado de fora dos vitrais e segurando nas bordas sem locais para firmar os pés, aproximando da lateral que não tinha mais vitrais quebrados viu que a distância da beirada que ele se agarrava até o topo poderia ser grande para ele. Um tremor entortou o metal liso da lateral do castelo e ele alcançou com dificuldade apoiando seu pé na beira deu impulso e subiu uma lateral que continuaria até estar perto do portão grande. A parte alva teve os seus corredores externos arrancados pelo outro tremor. Sten saltou em direção a parede da rocha retirando a adaga de dentro da armadura.
Sua mão apoiou sentindo-se escorregar, fincou a mão em uma rocha irregular. O barulho foi enorme abaixo dele, com a adaga do dente de cobra d'água criou outro vão para colocar sua mão e com movimentos repetitivos de escavação e apoio chegou até o portão. Cansado viu Pirtrio.

— Eles não estão aqui, Voltemos para Tya precisamos acolher o povo de Runei aonde eles possam se sustentar.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A cobaia

O revólver segurava Francisco. O pedaço de metal preto fosco era o que poderia trazer o fim à traição, mesmo que de forma tão covarde. Esperou que Artur passasse e saindo de um umbral apontou a morte para a nuca do homem que esperava o sinal de pedestre mesmo que não houvesse nenhum carro vindo. São vinte duas horas e trinta e quatro minutos, na avenida Contorno. O covarde ainda hesitava, seu dedo no gatilho era tensionado pelo tendão e logo era solto. O sinal abriu e sem nenhuma cerimônia o rapaz que aguardava começou a travessia. A face de Francisco se contorceu, como o de um menino prestes a soltar o elástico em direção ao rosto de seu melhor amigo, prendeu o ar, o fôlego durou até faltar exatamente uma faixa branca antes do passeio e o disparo aconteceu. Uma gargalhada brota no ar dentro de um carro que atravessa o sinal, acertando a perna esquerda de Artur que completava sua travessia, o tirando da trajetória da bala. A bala acerta o motorista, o carro bate no poste do outro lado da rua. Francisco fica exatamente vinte e cinco segundos parado atônito, guarda a arma e então corre.
Parecendo perdido pelas avenidas da cidade resolve pegar um ônibus, sentado ele movimenta a cabeça de um lado para o outro, murmura algumas coisas em direção ao vidro. Vai até o parque aonde existe um descampado, enterrará lá a arma do crime. Atravessando o portão principal a passos largos sobre os tijolinhos laranjas que compõe a interferência do homem naquele ambiente. São vinte e três e quarenta e sete quando começa a chover. Para chegar ao local desejado ele precisa entrar em uma trilha na floresta, perto da praça aonde há duas gangorras e um balanço. Atravessa e o descampado aparece, agachado ele remexe na terra, cava com as próprias mãos. Seus gritos de esforço se fazem ouvir a pelo menos cinquenta metros dele. A chuva se intensifica enquanto ele recoloca os tufos no chão. Terminado o trabalho um pedaço do céu parece se desprender e uma figura translúcida desce do alto. O grito de horror é mais alto que os de esforço porém ele não consegue se mexer. Um cubo menor que a palma da mão é entregue à Francisco que desmaia ao toque do enviado de outro planeta.
Ele acorda na manhã seguinte sem noção alguma de como aquele artefato foi parar em sua mão, feito de um material indescritível e imperceptível aos olhos. Suas manhãs, tarde e noites eram olhando o objeto que, ninguém mais enxergava e ele não deixava ninguém encostar. Carlos, irmão de Francisco, com medo o internou em um hospital psiquiátrico.
Francisco acorda, o ambiente com cheiro de álcool e as paredes brancas incomodavam mas ele já não gritava ou agredia. Agora ficava apenas fixado no objeto escondido em sua mão. Comia para os enfermeiros não o encherem com perguntas e tomava pílulas variadas. Sentado em sua cama sentia o cubo que ganhara à sete anos atrás, todos ali dormiam, resolveu então, à luz do luar, olhar o objeto. As luzes das estrelas trespassavam o cubo, começando a se ligar. As oscilações das luzes o fizeram lembrar uma noite estrelada. Uma noite que ele queria tirar de sua mente.
A noite em que ele brigou com seu irmão pela compra da Glock 25 e a caixa de balas, Francisco saiu do apartamento que os dois dividiam. Encontraria Aline, a única capaz de entendê-lo. Aproximou-se da casa de sua namorada, entraria devagar pela janela do quarto, pois não queria acordar seus sogros. Entretanto, a visão que teve não foi muito digna, Artur entrara antes dele e Aline o ajudava a subir. Olhou perplexo para os próprios pés, viu a noite estrelada se tornar uma confusão, passou em claro a madrugada, não conseguiu dormir de modo nenhum. Sua cabeça repassava os fatos vistos. O ódio se instaurava em seu coração, nunca fora capaz de confrontar pessoas diferentes de seu irmão e seus pais. Abaixava a cabeça para qualquer um, sentia-se inferior. Aquele sentimento era forte demais, e ligou as engrenagens empoeiradas da atitude. Durante o dia planejou os movimentos, encontrou seu amigo e sabia que ele iria para um bar, sabia o trajeto. Lembrava de como se sentiu segurando uma arma pela primeira vez. Voltando ao presente ele chorava, se arrependia de tudo, desejava em seu íntimo não ter disparado contra ninguém. O sentimento canalizou, o objeto indescritível.
Um buraco no espaço-tempo se abriu e o jogou as vinte duas e vinte, a sete quadras da avenida Contorno, aonde ele esperava escondido embaixo do umbral da porta de uma loja de portas. O cubo havia dado a consciência de que ele acabara de voltar no tempo, ainda em suas roupas de hospital divisou o relógio eletrônico. Fez as contas na sua cabeça e viu que não daria tempo de se impedir se fosse correndo. Buscou alguma outra forma. Um carro abastecia no posto próximo ao seu campo de visão, Correu até lá, roubou o carro. Dirigia. Sentia se livre, livre de todo aquele pesadelo do hospital e com a oportunidade incrível de poder desfazer tudo aquilo que queria, se sentiu tão livre que errou a primeira entrada para a rua desejada. Era só entrar na próxima e já estaria em uma rua perpendicular ao destino desejado, acelerava o carro, não prestava a atenção no sinal que ficou vermelho a trinta metros, viu então Artur a vinte metros, atravessando a faixa de pedestres. Novamente rilhou os dentes e continuou com a aceleração, a dez metros foi como se uma luz matutina que entrasse por uma janela que acabara de ser descortinada, lembrou de tudo com perfeição. Tirou o pé do acelerador e soltou uma gargalhada quando o estrondo do acerto na perna esquerda de seu melhor amigo atingia seus ouvidos, junto com a bala disparada por um homem que buscava uma vingança.
Metros a cima da camada de ozônio em uma nave, um dos extraterrestres olhava o monitor. Ligou sentença de autodestruição do bloco que o faria dissolver na chuva que eles mandariam, obtiveram os dados do bloco que tinham que entregar. O tempo tem um mecanismo de defesa contra o paradoxos, teriam que continuar experimentando com os humanos, para testar os limites da terra.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Runei - o despertar da multidão ( 1 de 2 )

A luz do fim do túnel recordava ao coração dos meninos que uma estação havia se passada desde que saíram de sua casa, desde que acreditaram no que Sten e Loreah tinham como objetivo. Pãtrio e Pirtrio estavam uma estação mais velhos, caminhavam com a certeza de que agora poderiam enfrentar o senhor da parte alva. Sten analisava o símbolo entalhado na sua armadura, lembrava das mãos de Marian e da proximidade que seu corpo teve com o dela naquele momento, suspirou. Os nove soldados olhavam as três figuras que se tornaram amigos da aldeia a pouco tempo e levavam um papel importante naquela guerra. Para chegarem até aquele túnel enfrentaram mais sete soldados escarlates e graças ao pensamento apurado de Pãtrio, agilidade de Pirtrio em buscar recursos e a ferocidade de Sten ninguém havia se ferido gravemente.


Enfim chegaram a figura desolada da parte baixa de Runei, as casas estavam mais quebradas e remendadas do que quando saíram. Pirtrio passou pelas casas correndo, sua saudade era grande, chamava seus amigos via os adultos que ainda pareciam completamente apáticos, entregue as designações da parte alva.
— Sten fique por aqui, precisamos nos organizar. Para que toda Runei aceite nossas ajuda temos que começar por aqueles que como eu já estão com a insatisfação e para garantir que isso ocorra com tranquilidade, precisamos tomar alguns cuidados. Vocês podem esperar nessa entrada enquanto fazemos nossa reunião, eles não te escutarão.
— Compreendo, estaremos aqui esperando.


Pãtrio foi caminhando até a casa especial para seu coração, passou pelo labirinto conhecido como a palma da mão, retirou uma madeira de um amontoado e se revelou o cômodo. Cadeiras desregulares faziam muitas estavam encostadas nas paredes do pequeno espaço, a cama aonde sua avó vivia deitada estava vazia. Os olhos encheram-se de lágrimas, entendia muito bem o que significava o silêncio no comodo. Virando para trás se deparou com Pirtrio.
— Pelo visto já descobriu
— Sim – a primeira lágrima rolou, pelo rosto de Pãntrio.
— Acabei de escutar de Oluone, mama se foi. – o jovem abraçou Pãntrio, que logo se desvencilhou do abraço enxugo os olhos.
— Vamos! Temos muito que fazer, falar – pressionou os dentes fazendo eles rangerem um pouco – vamos recuperar nossa aldeia e fazer dela tão próspera quanto Tya.


Durante todo o dia, os dois meninos espalharam o pedido de uma reunião com todos os moradores do buraco. Se quisessem cada uma das regiões poderiam mandar apenas seus representantes, Pãntrio preparava sua proposta. Esperou com calma a noite chegar, então estava com três meninos e sete adultos que eram os que representavam cada área de Runei.


- Boa noite, sabia que poderia contar com vocês. Há uma estação, sai daqui buscando uma alternativa para melhorar nossas vidas. Fazer o buraco se tornar algo melhor para todos e talvez tomarmos toda a Runei para nós – Sua face mantinha-se seria, aprendera com Guinn que parte da liderança está na sua capacidade de não ser afetado pelos sentimentos emanados pelos outros.
— Como você pretende fazer isso? Aqui somos só mineiros e os poucos soldados com sanidade o suficiente para voltar para cá não vão querer lutar contra os cavaleiros alvos – Um senhor representando o fronte central questionava.
— Quando sai daqui, foi com o objetivo de aprender o que fosse preciso para conseguirmos isso. Aprendi muito de tática.
— Aonde foi que aprendeu isso? – perguntou um dos meninos de cabelo castanho.
— Tya – mesmo sabendo o que viria em seguida, aprendeu que ser verdadeiro poderia gerar uma maior confiança
— Os traidores históricos? – Zombou o líder do fronte esquerdo.
— Não estou aqui para defender o ato de covardia que eles exerceram, quando a população mais pobre de nossa cidade foi mais subjugada pelos ancestrais de Vasnir. Estou aqui para mostrar para vocês que eles agora estão dispostos a nos ajudar, suas tem tropas indo para todas as aldeias possíveis para nos unir. Eles tem ainda outra missão, querem lutar contra a limitação do senhor dos cavaleiros escarlates.
— Sabia que eles iriam querer algo em troca.
— Eles não estão pedindo nada demais, apenas que apoiemos no combate. Não vão definir quem governara nossa Runei, pelo contrario eles querem que possamos viver em harmonia. Buscam a liberdade de todos os povos.
O silêncio tomou conta do barraco feito de retalhos de madeira, dava pra sentir a densidade do ar aumentando com os pensamentos. Pãntrio percebia pela primeira vez o que a caminhada até Tya havia feito por ele, pensou também em tudo que Guinn o ensinou. O reflexo de viver em um local totalmente diferente e com conceitos novos sobre a liberdade e o respeito era vivido em seu peito. A vontade transbordava.
— Como podemos fazer isso? – O homem que estava ainda na defensiva, perguntou
— Tenho algo planejado mas precisamos que todos os capazes de lutar nos ajudem.
_ Você tem nosso apoio – Pirtrio puxou a resposta já apresentada no silêncio anterior.


A lua se apresentava no seu ponto mais alto, ela estava completa e iluminava com propriedade todo o deslocamento dos mais velhos e incapazes até a entrada do túnel. Camas improvisadas foram feitas para tentar acomodarem da melhor forma, Sten pensou em utilizar as árvores próximas mas lembrou do veneno que elas continham. Então a única coisa que utilizaram foram as madeiras e palha que compunham a maioria das camadas dentro das casas. O sol surgia, as engrenagens da porta anunciava a verificação. Os soldados alvos já estavam caminhando em direção ao povoado do buraco. Sten avisou quando eles desceram a grandes escadas, identificou também qual deles possuía a chave da porta vermelha e dourada. Fez sinal para seus soldados que estavam nas primeiras construções aguardando o avanço das tropas. Cada soldado já havia se posicionado, exceto o portador da chave, estava em cima da escadaria aguardando a volta daqueles que estavam abaixo de sua patente. Ao primeiro som do bater a porta aqueles todos que estavam escondidos surgiram, incluindo Sten que disparará em direção a grande escadaria com seus machados firmes nas mãos. Os primeiros cavaleiros alvos foram mortos, mais para dentro do complexo de casas do buraco alguns homens foram feridos por um soldado que tentava se desvencilhar da emboscada, outros soldados tentavam correr e eram desequilibrados. A tática de Pãntrio consistiam em os soldados de Tya matarem os primeiros e distribuírem as espadas entre os moradores de do buraco.


Os pés de Sten por mais velozes que fossem não conseguiriam deter o guarda, um soar do sino soou e arqueiros apareceram das grandes janelas da grande parede de pedra branca. Lançou então seu machado em direção ao cavaleiro e pulou desviando do primeiro disparo. Rolou. Alcançou o primeiro degrau da escada, o cabo acertou o elmo na parte de trás da cabeça do homem. Uma flecha acertou a ombreira de Sten. Ele que em pensamento brigava detestava o peso da armadura agradeceu por ela o proteger do disparo. O cavaleiro alvo sentia ainda o efeito do ressoar da armadura quando retirou sua espada. Finalmente o selvagem alcançou o oponente enquanto outra flecha acertava o chão da escadaria aonde estava.


Os nove de Tya haviam conseguido distribuir bastante armas e poucos soldados alvos tinham escapado do ataque surpresa. Os moradores do buraco aproveitavam para pegar as armadura brancas.


O Golpe veio com força na direção de Sten, ele desviou com velocidade para a direita e contra-atacou com um corte de cima para baixo com seu machado. O som dos metais se chocando fez o atacante rilhar os dentes, afastando-se para trás o cavaleiro branco preparava um ataque na horizontal, quando foi atingido por um chute. Os arqueiro vendo a luta não quiseram arriscar disparos, poderiam causar a derrota de seu aliado e deixar a chave da porta vermelha e dourada nas mãos daquele homem. Sten recuperou seu segundo machado e aparou uma investida que vinha em diagonal, prendeu a espada formando um xis com seus machados. Empurrou o oponente até a costas dele encontrarem a porta monumental. O molho de chave caiu. Os olhos por trás do elmo do cavaleiro branco fixaram no objeto, distração suficiente. Sten o empurrou mais uma vez fez a lamina do machado esquerdo cortar a garganta do seu oponente, sentiu o líquido morno pingar em sua pele quando escorreu pela armadura que agora ganhava o tom escarlate. Seu corpo estremeceu, fazia algum tempo que não sentia essa sensação, não matava animais a algum tempo e muito menos um ser humano. Alguns instantes e seus olhos voltaram ao opaco de quando ele vivia na floresta-sem-luz.


Uma flecha o fez acordar, pegou o molho e testando chave por chave, enquanto desviava dos ataques dos arqueiros, enfim uma fez o giro completo na porta, as engrenagens não se mexeram. Isso era previsto por Pãntrio, então correu de volta para cidade já que a primeira tentativa havia sido frustrada, uma nova saraivada estava preparada e dessa vez com fogo nas setas. Os disparos aconteceram e como previsto a parte do buraco seria tomada pelo fogo rapidamente, tudo que havia ali era madeira, entulho ou palha. A primeira parte havia sido concluída. Todos já estavam no tunel.


Subiram o túnel em direção a entrada principal enquanto as casas pegavam fogo, derrubaram as paredes para que o fogo não atingisse o interior. Subiam para o local de início do túnel, sabiam que dariam próxima a entrada superior.


— Vou sozinho! – Sten decretou, sentia no fundo de sua cabeça um latejar comum. Alguma coisa estava preste a acontecer.


Andou até a entrada e girou a chave, as engrenagens se moveram e a porta estava aberta.

sábado, 19 de março de 2016

Tya – A batalha do chamado(Liof e Duia)

O que você entende por aquilo que rege nosso mundo Marian?

Ela abaixou a cabeça, puxou o pedaço da blusa que estava vestindo e ficou alisando e fazendo dobras, buscando as respostas perdidas em sua mente, os sonhos saltaram a sua mente, lembrou também da história que ele contou sobre o último filho.
— Nosso mundo é regido pelas coisas criadas pelos dois Deuses crianças, se me lembro da história, eles criaram: Céus, Montanhas, rios e mar.
— E quanto a magia? De onde ela vem? — Liof falou com calma.

Eu não sei.

— Não somos capaz de saber, mas podemos definir qual são seus aspectos.
O que descobrimos ate agora sobre ela é que possui algumas propriedades, como o aspecto do rio: A magia te um fluxo, um estado e quando passamos pelo posto do vale, encontrei uma entidade que falou que a magia estava em seu maior fluxo. Significa que ela terá sua baixa.

então esse é o aspecto de rio. Para utilizá-la teríamos que canalizar o seu potencial?
é isso que temos feito Eu por meus encontros e meu passado possuo parte minha no rio, a que estava adormecida junto com minha memória. Quanto mais recupero as lembranças melhor compreendo essa canalização.
como eu e Loreah chegamos a utilizar?
isso é uma coisa que ainda estou pensando sobre. Eu não sei. Vocês acessam de formas diferentes. Você lembra do símbolo do fogo — Marian confirmou com a cabeça — ele consome nossa própria energia para gerar o fogo. Acredito que quanto mais magia fazemos mais podemos ser intermediários do fluxo do rio... Uma coisa que me intriga é como podemos compor um santuário.
— Pergunte a Duia, Ela mantem Tya protegida
 Você citando me lembrou algo que ela me falou, que a magia tem outras propriedades que ela ainda não explorou, mas sabe que existe.
seria possível anular o fluxo do rio criando algo que saia de sua imersão? Ou tentando secar seus recursos? Não sei...
Não sei ao certo. Isso seria útil. O sentinela não poderia intervir de modo algum.

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Algum tempo antes da aurora do dia da batalha

Liof sentado sob a tenda lilás ao lado da pequena Ounda.
— Minha querida você precisará, se concentra um pouco, feche os olhos e respire profundamente.

A menina deixou o ar entrar, fechou seus olhos.

— escute seu coração bater. Escute o rio que passa, pense em Duia.
O coração. O rio. O coração e o rio. Duia e sua gentil expressão contemplava a menina, esticou uma das mãos e a Regente a pegou para guiar. Os olhos da menina ficaram lilas, seu corpo ganhou outra postura e ela levitou.
agora minha querida vamos trabalha para que os soldados possam fazer a sua parte.
Duia, é possível diminuirmos as forças dos cavaleiros escarlates?
Sim é possível, isso aconteceu a muito tempo atrás. Meu neto deu a vida para que a magia aqui pendesse apenas para um lado.


Entendi. Concentre-se e expanda a redoma de proteção que você criou.
Tudo bem! Farei isso sem gastar as forças de Ounda.

Minha pequena! Obrigado pela oportunidade de falar com Liof

Largou as mãos da menina.

Liof concentrou-se. Escutava a respiração pesada dos soldados, os cavalos nos locais, destinado ao descanso deles, corujas nas florestas ao redor e enfim os atrito nas armaduras dos soldados escarlates. Sentiu o rio, lembrou-se do orbe e expandiu sua vontade. Os olhos de Liof ganharam o tom âmbar. Liof construía uma ilhota em meio ao rio. Sntia a força da corrente, ela o puxava querendo o dobre a sua vontade e Liof resistia, Não aguentaria aquilo sozinho de modo algum. Duia o amparava mantendo a estrutura da ilhota, Liof era responsável por dispersar o fluxo, tal como uma proa que divide as águas.O Ultimo guardião sofre um flash em meio a concentração, lembrou-se do Orbe e do sussurro que brotava do seu íntimo. As reações sobre punham o fluxo mágico começou a sentir os elementos em sua pele. O arder do fogo, os cortes de vento, o golpe seco da terra, O desesperar da água, dois elementos distintos causavam o sufoco do medo e o constrangimento absoluto. Palavra ecoaram dentro de sua cabeça.

Se tem medo do rio, não queira ver o mar”

Submergiu... Buscou fez força e voltou. Acordou ao lado da pequena Ounda, sentiu a cabeça latejar. O líquido denso e vermelho escorria por sua barba branca, olhou para a pequenina e entendeu o quanto Duia era forte. A batalha havia acabado. Todos haviam tomado seus caminhos agora ele precisaria ficar atento e ensinar cada vez mais a pequenina que dormia tranquilamente.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Tya - A batalha do chamado (Adáia e Loreah)

Os raios do sol mal encontravam os solos perto de Tya. Soldados se apertavam nas fronteiras, ferreiros ajuntavam os armamentos, os arqueiros ainda encostados nas beiras do muro de madeira, reforçados com pedra e metal.
— Os seis da entrada norte estão posicionados? – Loreah olhava com atenção as bordas das beiras da depressão.
— Sim! Liof e a regente já estão prontos? – Perguntou Adáia pegando o arco.
— Para eles a batalha começou antes de acordarmos.
— Estamos prontos!

Adáia subiu as escadas da muralha, Loreah foi para a linha de frente dos soldados no portão ao sul. Uma brisa intensa passou acariciando os rostos. A seta de fogo vinda de Adáia foi vista pelos responsáveis nos tambores. O primeiro som que surgiu fez os arqueiros saírem de suas proteções e atirarem nos suportes que mantinha as beiras da depressão sem desmoronarem. A queda da terra engoliu uma grande quantidade de soldados no sul, os que sobreviveram foram alvejados pelas  flechas, os arqueiros seguiam um ritmo de disparo em uníssono com os tambores. Cavaleiros escarlates estavam apáticos e procuravam voltar as suas posições. Loreah saia nos portões esperando o confronto que não vinha.
— NÃO DEIXEM FUGIR! – Ela avançou.

Os escudos seguiram a chefe da guarda. Quando atingiram o alcance das flechas Adáia fez os arqueiros pararem, descerem as escadas e formarem a linha de trás a linha de trás. Os soldados escarlates pararam de fugir. Finalmente a batalha. Loreah acabara de decepar a cabeça de um soldado e viu a primeira iniciativa de ataque, ela esquivou. Um escarlate a sua esquerda iria golpeá-la em cheio senão fosse por um de seus comandados colocar o escudo a protegendo, se sentia confiante em seus soldados. O objetivo da tropa era avançar e ir em direção as outras aldeias, descobrir quantos ainda viviam sob o manto escuro do isolamento. O objetivo de Loreah era não deixar nenhum deles vivos.
Adáia avançou trocando o arco por uma espada longa, os arqueiros preparavam uma saraivada. Olhar as flechas cravando nos soldados escarlates e eles ainda se movimentando poderia ser desmotivado mas isso so dava mais vontade as tropas, as guardas chefes haviam ensinado de forma a fixar em todos os soldados a dificuldade da batalha. A reação dos cavaleiros escarlates tinha começado. Os escudos se encontraram, o ataque que antes era de oportunidade se tornara tático. Loreah continuava atacando sem hesitar. Os soldados a defendiam coordenadamente. Por automatismo mais do que por querer ela também protegia seus companheiros. Os escalates eram fortes mas a capacidade tática da guarda de Tya  tinham se tornado tão eficientes quanto os mecanismos criados pelo povo de Loreah e ajudava a superar a falta de força. A espada trespassou o soldado ao lado da ladina, a pupila dela retraiu, o liquido denso e morno tocou seu braço que empunhava a espada curta. Sentiu a respiração e voltou a atacar, aproveitou o peso do oponente que acabara de desferir um golpe e o chutou, no peito. Escutou um grito crescendo na nuca. Ela se virou deixando o golpe de Adáia acertar o cavaleiro caído na altura do estômago. Agora ela estava por cima e a linha de escudos  avançou empurrando os escarlates que apareciam. Escutavam o som das armaduras vermelhas e do metal se chocando. Adáia arrancou a cabeça do cavaleiro que agora estava no chão. Olhando para Loreah indicou o caminho.

A vitória era inevitável, muitos soldados escarlates escaparam de lá devido o primeiro comando, a batalha se seguiu forte sem esmorecer. Ao terminar o contingente teria sofrido a perda de de um quarto Loreah e Adáia olhou confiante.
— Agora é buscarmos auxilio das outras aldeias.
— O que estamos esperando?
— Vou me despedir de Cinor e de meu amado - falou se dirigindo a cidade.
Loreah sentiu a pontada no peito, desde a mescla de experiências com a guerreira a saudade do abraço dos dois a povoava.
— Temos que prosseguir - falou baixinho, então apontou para um grupo de cinquenta arqueiros  vocês vem comigo - apontou para um agrupamentos de linha de frente - vocês vem comigo.
Partiu sem se despedir.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Tya - A batalha do chamado (Sten e Marian)

Os raios do sol mal encontravam os solos perto de Tya. Soldados se apertavam nas fronteiras, ferreiros ajuntavam os armamentos, os arqueiros ainda encostados nas beiras do muro de madeira, reforçados com pedra e metal. Loreah e Adáia haviam designado doze generais que coordenariam baseados nas táticas aprendidas os ataques, A ladina havia ensinado como os métodos brutos de batalha dos soldados escarlates: O avanço sem piedade, a falta de dor ou sensibilidade, a força de dez homens comuns, a agilidade, armaduras em comunhão com o corpo e o jeito eficaz de causar danos. Todos os soldados lembravam dela afirmando e reafirmando " a oportunidade que tiverem arranquem um membro sem medo, de preferência a cabeça para que não continuem lutando e caso sejam pegos e confrontados fujam e procurem uma forma melhor de atacar, não é covardia querer sobreviver". Os dispositivos de desmoronamento criados pela ladina abririam novos caminho, possibilitariam o complemento do grande plano.
Marian juntava os suprimentos e pergaminhos de anotações criados por ela e por Liof sobre o conhecimento que tinham sobre a magia. Vestiu um manto marrom-esverdeado e pediu para ir com o povo que se dirigira para Runei, uma das cidades que seria abordada rapidamente. O seu plano era passar pelos postos e seguir em direção ao labirinto plano. Quando terminava de compor sua bolsa de algodão escutou passos na porta de seu quarto. Um soldado a esperava na porta. A mão de Marian rodou a maçaneta e ao sair o único que sabia dos seus anseios estava ali. Sten a olhou, suas sobrancelhas arquearem e um sorriso pequeno tentava passar o apoio a atitude dela, mas seus olhos um pouco tristes denunciavam o que ele sentia.
Você tem certeza!?
Tenho Sten, o cubo é algo importante. Estudando com Liof montamos inúmeras teorias, temos alguns pontos e para vencer o sentinela, precisaremos estar completamente preparados no campo da utilização da magia. Liof não vai comigo pois protegera com suas energias esse local acompanhado de Duia e o sentinela não se atrevera a atacar ainda.
Porque então não conta para ele também? – Ele buscava alguma reação no rosto da líder de Falligan, um silêncio incomodo se instaurou – Posso ir com você?
Você sabe que Runei vai ser uma grande dificuldade e sem você acho difícil eles vencerem o local aonde o senhor do castelo tem influência direta. Você conhece aquele local e saberá como agir.
Pãntrio e Pirtrio precisam de alguém ao lado…

Ele mostrou os dentes em uma tentativa de sorriso, não acreditava tanto que era uma peça fundamental para a batalha, mas sabia que para os garotos a presença dele ou de um dos amigos mais próximos seria importante. Colocou então um dos elmos que o igualaria a qualquer soldado. Marian cobriu utilizando o capuz da capa e se dirigiram para o portão que entraram a um tempo atrás.

Tambores estavam posicionados atrás de cada uma das tropas, o sinal viria deles ao comando de uma flecha de fogo disparada por Adáia. Sten contemplava a mulher que se distanciaria por um tempo, de costas para ele, ela parecia concentrada, sua mão se aproximou do ombro dela. Desistiu, abaixou a cabeça e respirou profundamente. O movimento da cabeça da mulher levou os olhos a se encontrarem. Ela virou o corpo na direção do soldado, aproximou um pouco mais e retirando uma adaga de sua bolsa riscou o símbolo do ar no peitoral. Pressionou com carinho o local que acabara de desenhar, sentindo um pouco da sua energia sendo direcionada aquela armadura. Abriu a boca para alguma explicação, mas foi interrompida pelos tambores. A batalha começara Pirtrio e Pãntrio viam aquela cena esperando que o caminho até a passagem que levava a Runei estivesse aberto. Os disparos precisos, alguns precisaram de mais de um disparo, fizeram as bordas envolta da grande depressão aonde se encontrava Tya desmoronarem, foi possível ver os soldados escarlates caindo na fenda, flechas voaram para atingir aqueles que sobreviviam. Após a primeira saraivada viram que os inimigos que não foram soterrados se levantavam com setas fincadas, trespassadas e saiam em busca de voltar para as partes restantes das bordas.

— Senhor! Eles estão nos atacando, levaram a maioria do contingente no limite do santuário.
— Vamos perder muitos homens? – A voz na cabeça do primeiro cavaleiro ressoava monótona
— P
erderemos de qualquer jeito.
— Então lute, se vamos perder não atacando, ataque com os que já estão dentro do santuário e faça-os sentir um pouco da perda. Quanto aos outros mande-os para as estradas e acampamentos. Mais meio inverno e estarei pleno, e mais dois dias teremos seu irmão em ação.
O grito para impulsionar aqueles que ainda possuíam alguma consciência entre os soldados escarlates veio do cavaleiro primordial. Enquanto isso os outros que eram meras marionetes e estavam antes da grande depressão se direcionaram as estradas. O cavaleiro que se locomovia como a luz saiu dali e foi para Runei, preparar as tropas alvas. Todas as estradas estariam encobertas, mas nenhuma em direção ao castelo poderia estar desprotegida.

Os portões se abriram deixando os soldados saírem nas direções determinadas, Loreah e adáia haviam montado um plano interessante de busca: Dividiram suas tropas em quatro partes, uma delas seria comandada até os limites do castelo branco, outras duas tinham como objetivo chegarem as outras aldeias e uma última ficaria para defender Tya de qualquer investida dos soldados escarlates. Sten estava na tropa que buscaria limpar o caminho até o castelo, partiram em direção a floresta que levaria a Runei. O barulho das armaduras era duro para os ouvidos, o caminhar era ritmado e preciso, uma quantidade quase igual aos soldados descia em direção a floresta que envolvia aquela entrada. O primeiro choque mostrou a grande diferença, a disciplina dos soldados treinados por adáia e loreah era impecável. Chegaram unidos ao seu objetivo enquanto os soldados escarlates não importavam para seus companheiros, atacavam displicentemente. As espadas escarlates encontraram os escudos cinzas, os escudos eram fortes e leves mas sofreram riscos profundos, as pancadas faziam a linha de frente recuar. Após o primeiro impactos trabalhavam os da segunda linha auxiliaram no contra-ataque, com a formação criada oportunizava dois atacarem um soldado escarlate e retornarem para defender, porém não era o suficiente a força que os soldados escarlates tinham era maior. Espadas cortavam os cavaleiros escarlates enquanto outros tentavam defender, depois da quinta recuada as perdas foram inevitáveis. Os escudos cederam, espadas trespassaram alguns, Sten ainda não havia entrado em batalha, aguardava na última fila. Marian apressada saiu pelo flanco esquerdo da tropa. O cavaleiro novato a seguiu, rapidamente a mulher foi abordada por um cavaleiro escarlate. O medo invadiu Sten, Acelerou o passo. Um clarão e o folego do rapaz se foi. Um soldado escarlate estava em chamas, atacado pela bola de fogo que acabara de sair dos dedos de Marian. Ela seguiu em direção as árvores e se escondendo. O suor frio escorria pelo rosto escondido da mulher, a utilização da magia que ainda utilizava muito de sua energia apesar de um santuário potencializar as capacidades. Se esgueirou e subiu as pedras escorando uma vez por outra, já abria uma distância considerável, olhou para trás e enxergou as forças escarlates esmagar mais da metade dos soldados. Um machado despencava em direção as costas da mulher, ela desviou e Sten cortou a cabeça do oponente com um golpe de um de seus machados, ele não havia a abandonado.

— Volte, eles precisam de você!
Ele afirmou com a cabeça e seguiu para o campo de batalha sentindo o peito pesado e a garganta precisando gritar, arrancou seu capacete. Sentiu o ritmo das passadas o ar brincar com pele de seu rosto e entrou pulando em cima de um dos soldados escarlate mais perto, seus machados davam golpes furiosos, ferozes e sedentos. O sangue dos escarlates evaporava criando nuvens incomuns no campo de batalha. Sten, O selvagem mostrava sua verdadeira natureza, vencia a força com sua agilidade e vontade. Lutando para sobreviver além de tudo e utilizando daquilo que ainda não sabia sentir para fazer o que podia para vencer, para ser o homem em pé, depois do ataque. Aos poucos, sua armadura foi desatrelada do corpo. Primeiro as ombreiras e depois o peitoral. Apenas a proteção da perna e as manoplas sobraram, ele ofegava e os soldados de Tya que lutavam ao seu lado ganharam motivação para continuar, ver Sten como exemplo em batalha foi o impulso final que eles precisavam. Venceram os soldados que estavam ali e dos setenta soldados de Tya sobraram apenas dez. Olhar perdido em pé sobre a carcaça do último inimigo, os machados firmes na mão, feridas profundas nos braços e no peitoral desprotegido era isso o que enxergavam os outros nove, feridas que foram amenizadas pelo santuario. Um homem que sobreviveu dando de toda a força que dispunha. O selvagem levantou a cabeça e procurou a mulher entre as árvores. Marian havia partido.