Marian
em pouco tempo teve que tomar atitudes já mais vistas, ela tinha em
sua mente o momento da fuga do casamento, aquilo definiu toda sua
jornada até ali. Durante a caminhada até a cachoeira ela sofreu
pensando que se ela tivesse deixado seu orgulho de lado talvez sua
aldeia estivesse salva, olhando para trás ela viu que todos a
seguiam sem reclamar, simplesmente seguiam. Mulheres e crianças
seguindo com a tristeza Plantada pela morte. Encaravam ela e a mulher
dos cabelos dourados como a salvação de todos. Depois dos dias
passados o fardo já se moldava sobre os ombros da filha de
Uan.
—Enfim encontramos vocês—A voz de Loreah soou com
uma luz em meio a escuridão para todos.
O reencontro de
familiares é um acalento para o coração, a tristeza que habitava
nos corações ao ver os homens sobreviventes e a mulher que como uma
providência do destino havia lutado por todos, transbordou pelos
olhos na forma de saudade e felicidade. A ladina não compartilhou
daquele sentimento, o vazio em seu peito se agigantou e fez suas
sobrancelhas quererem se encontrar acima da linha do nariz.
—A
confusão foi tão grande que não agradeci de forma correta sua
ajuda, Obrigada por proteger nossa aldeia e dispor a se juntar a nós.
—A gratidão sincera no rosto dela incomodava um pouco mais a
ladra.
—Não há o que agradecer, estava apenas igualando uma
dívida que tinha e não estou com vocês porque eu quis. Não tive
escolha—Marian tinha a capacidade de enxergar por baixo daquela
casca dura – Acredito que poderíamos subir as pedras, poderíamos
nos instalar na parte superior da cachoeira. Haverá mais comida e
troncos secos.
—O problema é que temos muitas pessoas que não
conseguem escalar as pedras.
—Escalando
as pedras consigo fazer uma corda.
—Como
você vai escalar a cachoeira como esse braço?
—Escalo
coisas desde muito nova, na minha aldeia isso era comum – o rosto
dela se endureceu um pouco.
—É uma ótima ideia, vamos fazer
isso antes que escureça. - Marian olhou preocupada para as trinta e
quatro pessoas, agora com a chegada dos únicos cinco soldados que
sobreviveram do ataque. Precisava lutar por ele, então começou a
pensar em como subir.
—O trabalho nos chama, preciso do
auxílio de quem tem capacidade de levantar uma pedra e Habilidade
para escalar aquele paredão—gritou a mulher diminuta de olhos
azuis enquanto pulava no rio e nadava velozmente. A líder da aldeia
viu naquela mulher a disposição para modificar o mundo. Enquanto
seu pensamento divagava sobre como ela conseguia nadar tão rápido
apenas com uma mão, Loreah já estava pendurada no primeiro terço
do paredão. Os olhos castanhos da morena tiveram a pupila espremida
quando os pés da ladina escorregaram a uma altura que feriria ela
gravemente. O ar prendeu no pulmão de Marian, o instante foi pequeno
até a mão da ladina encontrar o apoio em uma pedra. O corpo sendo
sustentado apenas por seus pequenos dedos assustaram a todos que
assistiam a cena, para ela o risco era natural. Fixando os pés criou
impulso para ganhar o final do paredão.
A ladra olhou
fixamente para a nova vegetação que surgia a sua frente, plantas e
folhas que jamais havia visto. As folhas eram de uma cor azul vivido,
longe da sombria cor carmesim-esverdeado da floresta-sem-luz.
—Aruan,
suba rápido preciso de um machado e de um braço pra carregar um
tronco.
Ela correu e viu cipós finos, mas se tivessem resistência
suficiente poderiam servir. Ela tentou arrancar um do tronco, Ele não
cedeu a força. Ela tirou sua adaga feita de osso de seu esconderijo
e cortou o cipó, se adiantou e começou a trança-los, e amarrou
pontas. No meio do processo de construção da corda de cipó Aruan
chegou, ela apontou com a cabeça para o tronco cor de lama e ele
entendeu o que fazer. O machado cortou o tronco.
—Pronto,
senhora. —Ele disse com um respeito solene.
O orgulho de Loreah
brilhou e seu coração gostou do “Senhora”.
—Aquela pedra
vai ser necessária.
Quando a tarde se encontrava em seu fim e
o tom laranja modificava a cor da pele de todas as pessoas, o
mecanismo ficou pronto. Uma forma tão antiga de levar coisas a
grandes alturas, Um tronco sendo como centro do equipamento. Uma
ponta ela puxada pelos homens fazendo uma que estivesse sentada na
outra ponta subir até o topo daquela cachoeira. A máquina da Loreah
foi a parte mais facil, o problema maior foi atravessar com as
pessoas pelo rio. O plano funcionou afinal. Todos estavam sentados
envolta da fogueira que dançava aquecendo aquelas pessoas.
—como
você sabia o que fazer? —perguntou a líder da falligan
andante
—Minha aldeia tinha árvores que serviam de suporte para
construção de casas. As nossas cordas eram feitas de um tecido,
feito pelas mãos de todas as mulheres. Eu nunca gostei de tecer,
isso na aldeia não era um problema. Colocaram-me para fazer algo
útil e aprendi com meu pai a construir coisas.
Ela se calou e foi dormir perto da beira da cachoeira, ela gostava de escutar o barulho da água caindo. Marian passava em sua mente o que havia a acontecido novamente, Quando percebeu já sem encontrava entre as doces sombras do sono.
A lua se
mostrava no centro da abóboda do céu, Sten saiu de dentro da mata
ao lado de Liof Guardião, não encontrando ninguém. Viu de longe o elevador feito pela ladina, caminhou um ppouco e viu que o alto da cachoeira brilhava em um azul claro.
- O que é aquilo mestre?
- São as arvores de luz, seguindo por essa floresta encontraremos aonde nós os guardiões vivemos durante a exploração.
Eles ansiosos por rever todos e ajuda-los com o que haviam coletado durante os dois dias de caminhada até ali.
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