sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A morada dos Guardiões - Loreah e Marian

Marian em pouco tempo teve que tomar atitudes já mais vistas, ela tinha em sua mente o momento da fuga do casamento, aquilo definiu toda sua jornada até ali. Durante a caminhada até a cachoeira ela sofreu pensando que se ela tivesse deixado seu orgulho de lado talvez sua aldeia estivesse salva, olhando para trás ela viu que todos a seguiam sem reclamar, simplesmente seguiam. Mulheres e crianças seguindo com a tristeza Plantada pela morte. Encaravam ela e a mulher dos cabelos dourados como a salvação de todos. Depois dos dias passados o fardo já se moldava sobre os ombros da filha de Uan.

—Enfim encontramos vocês—A voz de Loreah soou com uma luz em meio a escuridão para todos.

O reencontro de familiares é um acalento para o coração, a tristeza que habitava nos corações ao ver os homens sobreviventes e a mulher que como uma providência do destino havia lutado por todos, transbordou pelos olhos na forma de saudade e felicidade. A ladina não compartilhou daquele sentimento, o vazio em seu peito se agigantou e fez suas sobrancelhas quererem se encontrar acima da linha do nariz.
—A confusão foi tão grande que não agradeci de forma correta sua ajuda, Obrigada por proteger nossa aldeia e dispor a se juntar a nós. —A gratidão sincera no rosto dela incomodava um pouco mais a ladra.
—Não há o que agradecer, estava apenas igualando uma dívida que tinha e não estou com vocês porque eu quis. Não tive escolha—Marian tinha a capacidade de enxergar por baixo daquela casca dura – Acredito que poderíamos subir as pedras, poderíamos nos instalar na parte superior da cachoeira. Haverá mais comida e troncos secos.
—O problema é que temos muitas pessoas que não conseguem escalar as pedras.
—Escalando as pedras consigo fazer uma corda.
—Como você vai escalar a cachoeira como esse braço?
—Escalo coisas desde muito nova, na minha aldeia isso era comum – o rosto dela se endureceu um pouco.
—É uma ótima ideia, vamos fazer isso antes que escureça. - Marian olhou preocupada para as trinta e quatro pessoas, agora com a chegada dos únicos cinco soldados que sobreviveram do ataque. Precisava lutar por ele, então começou a pensar em como subir.

—O trabalho nos chama, preciso do auxílio de quem tem capacidade de levantar uma pedra e Habilidade para escalar aquele paredão—gritou a mulher diminuta de olhos azuis enquanto pulava no rio e nadava velozmente. A líder da aldeia viu naquela mulher a disposição para modificar o mundo. Enquanto seu pensamento divagava sobre como ela conseguia nadar tão rápido apenas com uma mão, Loreah já estava pendurada no primeiro terço do paredão. Os olhos castanhos da morena tiveram a pupila espremida quando os pés da ladina escorregaram a uma altura que feriria ela gravemente. O ar prendeu no pulmão de Marian, o instante foi pequeno até a mão da ladina encontrar o apoio em uma pedra. O corpo sendo sustentado apenas por seus pequenos dedos assustaram a todos que assistiam a cena, para ela o risco era natural. Fixando os pés criou impulso para ganhar o final do paredão.

A ladra olhou fixamente para a nova vegetação que surgia a sua frente, plantas e folhas que jamais havia visto. As folhas eram de uma cor azul vivido, longe da sombria cor carmesim-esverdeado da floresta-sem-luz.
—Aruan, suba rápido preciso de um machado e de um braço pra carregar um tronco.
Ela correu e viu cipós finos, mas se tivessem resistência suficiente poderiam servir. Ela tentou arrancar um do tronco, Ele não cedeu a força. Ela tirou sua adaga feita de osso de seu esconderijo e cortou o cipó, se adiantou e começou a trança-los, e amarrou pontas. No meio do processo de construção da corda de cipó Aruan chegou, ela apontou com a cabeça para o tronco cor de lama e ele entendeu o que fazer. O machado cortou o tronco.
—Pronto, senhora. —Ele disse com um respeito solene.
O orgulho de Loreah brilhou e seu coração gostou do “Senhora”.
—Aquela pedra vai ser necessária.

Quando a tarde se encontrava em seu fim e o tom laranja modificava a cor da pele de todas as pessoas, o mecanismo ficou pronto. Uma forma tão antiga de levar coisas a grandes alturas, Um tronco sendo como centro do equipamento. Uma ponta ela puxada pelos homens fazendo uma que estivesse sentada na outra ponta subir até o topo daquela cachoeira. A máquina da Loreah foi a parte mais facil, o problema maior foi atravessar com as pessoas pelo rio. O plano funcionou afinal. Todos estavam sentados envolta da fogueira que dançava aquecendo aquelas pessoas.
—como você sabia o que fazer? —perguntou a líder da falligan andante
—Minha aldeia tinha árvores que serviam de suporte para construção de casas. As nossas cordas eram feitas de um tecido, feito pelas mãos de todas as mulheres. Eu nunca gostei de tecer, isso na aldeia não era um problema. Colocaram-me para fazer algo útil e aprendi com meu pai a construir coisas.
Ela se calou e foi dormir perto da beira da cachoeira, ela gostava de escutar o barulho da água caindo. Marian passava em sua mente o que havia a acontecido novamente, Quando percebeu já sem encontrava entre as doces sombras do sono.

A lua se mostrava no centro da abóboda do céu, Sten saiu de dentro da mata ao lado de Liof Guardião, não encontrando ninguém. Viu de longe o elevador feito pela ladina, caminhou um ppouco e viu que o alto da cachoeira brilhava em um azul claro.
- O que é aquilo mestre?
- São as arvores de luz, seguindo por essa floresta encontraremos aonde nós os guardiões vivemos durante a exploração.
Eles ansiosos por rever todos e ajuda-los com o que haviam coletado durante os dois dias de caminhada até ali.

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