sábado, 28 de fevereiro de 2015

O homem que mudava historia - Marian, A primeira rainha.

Os pés da jovem Marian tinham mais pressa que precisão, corriam em desajuste, por vezes faziam ela cair na floresta escura, arranhões começaram a ser feitos em suas pernas. A Floresta-sem-luz parecia sedenta por vida. Seus galhos, cipós e folhas se movimentavam como se o vento os estivessem empurrando em direção a garota. Mais um tombo e agora escorreu uma gota do sangue da jovem, escorreu pela panturrilha e encostou em uma raiz um pouco mais alta. A raiz contorceu-se bruscamente e começou a crescer de forma a envolver a perna de Marian. O desespero ao sentir o galho envolvendo sua perna cresceu abruptamente em seu interior e deu mais velocidade ao seu corpo, desvencilhou de uma prisão fatal e correu mais rápido que os seus sentidos em estado normal poderia correr. Enxergou ao longe uma luz brotando entre as árvores de troncos volumosos e galhos firmes, seus sentidos presumiram ser um lugar seguro já que tudo à sua volta era treva. Os pulmões se enchiam de ar rapidamente e junto com a expiração começaram a sair gritos com o timbre agudo do medo e da força. Liof estava deitado a beira de seu abrigo na clareira, um lampejo desceu sobre o louco

“Um grito de mulher, uma mão imensa quebrando uma torre de um castelo majestoso. Uma criança em meio ao desmoronamento. Pernas paralisadas. Coração acelerado. Lágrimas.”

Sten levantou-se em silêncio profundo em um movimento automático, segurou sua adaga preparando-se para um ataque. Liof sem mover seus olhos do céu surpreendeu os ouvidos de seu aprendiz
Ajude-a  a voz saiu um pouco embargada  Leve ela para as pedras cinzas do início do abismo de Rungdar.
As palavras saídas da boca de seu mestre gerou duvida em Sten, hesitou por alguns segundos
AJUDE-A!!!!
Gritou em um tom firme, mantendo uma lucidez incomum. Sten pulou segurou-se em um galho mais abaixo, impulsionou em direção ao grito, segurou no tronco no diâmetro máximo que sua mão conseguiria segurar, os pés oscilaram no ar e logo encontraram o apoio do tronco e ele escorregou até as raízes secas da árvore com velocidade correu sem precisar olhar por onde caminhava. Adentrou a penumbra das copas da árvore a tempo de ver a mulher ser agarrada por uma Galho mais veloz, segurando-a pela cintura. Sorte a sua, pensou Sten. se fosse uma raiz a faca não conseguiria libertá-la. Com um golpe rápido libertou a moça, passou sua mão por sua cintura num giro rápido modificou sua direção de movimento. A floresta se tornara mais violenta, Sten percebeu que se ela continuasse a correr poderia causar mais problemas, ela não conhecia a floresta, logo a colocou em seu ombro. Exato momento em que um buraco foi aberto entre as raízes mostrando o solo a uma altura de um homem mediano, escorregando o rapaz de olhos negros seguiu o movimento que começara e lançou a mulher sobre o buraco fazendo-a cair um pouco mais a frente, as raizes se revoltaram esquecendo-se do garoto formando um emaranhado de galhos a altura de sua cintura, por pouco não foi perfurado. Ganhou apoio e logo se encontrava em corrida, Marian tinha se machucado mais ainda. Os galhos estavam prontos para abraçar a mulher, O jovem movimentou-se velozmente erguendo-a e seguiram correndo, fugindo de ataques de cipos que começaram a enlaçar-se como a formar uma teia, avistaram a ponta de uma pedra cinza, onde nada crescia, onde floresta parecia acabar. Um suspiro, um galho que agarraria o braço da jovem abriu uma ferida no pescoço de Sten, ferida não profunda mas foi suficiente para sangrar. Empurrou a mulher de forma a fazer com que ela alcançasse a pedra. Uma raiz o fez perder o equilíbrio e logo outra se enrolou em seu pescoço aplicando uma pressão enorme, sentiu o corpo pedindo ar e os músculos pedindo liberdade. Amaldiçoou-se por ter esquecido o machado por alguns instantes e logo sentiu a razão começar lhe faltar quando sentiu o ar voltar de súbito e os músculos relaxarem.

 Que ideia estúpida, estúpida, estúpida...

Um sorriso brotou nos lábios do rapaz ao ver a imagem de seu mestre destruindo galhos, cipós e raízes que atacavam com um machado.

 Vamos garoto, arraste essa cabeça vazia para o abismo. Já não basta ter me feito correr?

Cumprindo então o que lhe foi ordenado se juntou a mulher, pela primeira vez parou e reparou na mulher, a ultima lembrança que carregava de uma mulher era os longos cabelos cacheados de sua mãe. Algo novo surgia em seu interior ao observar as curvas da moça, o vestido rasgado ainda a matinha descente aos olhos de onde ela aprendera o que era decência, os olhos do rapaz fixaram no volume acima da cintura. Um barulho espalmado e volumoso ecoou pela floresta e abismo, Liof se surpreendera, olhou para trás e começou a gargalhar muito alto, caminhou até a pedra cinza, puxando o ar algumas vezes para poder recuperar do riso, deitou-se na pedra e continuou a gargalhar de barriga pra cima. Seus olhos enxeram de lágrimas
 Desculpe  ele deu uma pausa entre uma sílaba e outra tentando recuperar o folego  ele nunca viu uma mulher antes e não tem modos para com damas  o riso finalmente foi se extinguindo
ela que estava com o rosto contraído, ofendida, passou para uma expressão de incompreensão levantando sua sobrancelha esquerda.
 o que você veio fazer aqui minha senhorita?
Perguntou o velho, fazendo uma mesura. Colocou uma perna na frente da outra mantendo o corpo ereto, curvou-se e levantou a mão direita na lateral do corpo. A mulher não entendeu.
 Estava fugindo de Filliangan.
 Por que fugir?
Abaixando a cabeça, algo pareceu doer dentro dela
Minha aldeia já não é a mesma desde que meu pai foi morto por Ruflo. As coisas pra mim e minha mãe se tornaram pesadas demais, fomos presas e deixadas a merce do novo líder. Limpávamos a casa dele e o que mais mandasse. Ele diminuiu a comida de toda a vila, domina a todos com seus capangas. Apos a morte da minha mãe, ele me quis para ser sua mulher e quando me vesti para a cerimonia em que ele me apresentaria como sua mulher, consegui fugir. Preferia morrer na Floresta-sem-luz que viver do lado daquele homem.
Isso não é justo, esse tal de Ruflo não parece ser boa gente
Meu pai não era o melhor dos lideres mas ele tinha a honra dos velhos guardiões para seguir.
Olhe! Um guerreiro da velha guarda? Eu sabia que reconhecia esse machado
A menina olhou para o machado, as lágrimas brotaram insistentes em seus olhos esverdeados, logo a descrença nublou sua mente. Como poderia um homem de cabelos brancos ou um jovem franzino matar seu pai? Preferiu acreditar em um golpe de sorte de Ruflo, preferiu achar que a floresta poderia ter o ajudado a pensar que algum dos dois pudesse vencer seu pai em combate.
Vamos voltar para a sua aldeia e fazer as coisas ficarem justas, ficarem corretas....
Você é louco? Se eu voltar lá, estarei perdida. Sem falar nos soldados fiéis ao líder
Louco? Louco? Não entendo essa palavra - seus olhos se movimentaram devagar olhando todo o abismo a sua frente - hum... Vamos!
Eu não vou a lugar nenhum.
Ela falou fechando a cara e cruzou os braços.
Então fique ai na pedra, eu não aconselharia a ir para a floresta antes de cicatrizar suas feridas. Vendo as suas acho que um dia e meio e estará tudo certo. Vamos Sten! Vamos seguir pelo paredão para encontrarmos esse tal de Ruflo em Falligan.
Sten andou até onde a rocha acinzentada terminava, pulou. A jovem olhou assustada por cima dos ombros da figura esguia que ia se virando.
Não se assuste menina. existe... como eu gostava de chamar mesmo? Aaaa a saia do abismo  riu baixinho fazendo com que a mão encontrasse os lábios.
Vou com vocês já que deve se a única maneira de sair daqui.
Ela andou em direção a ponta cinzenta, Liof lhe estendeu a mão tal qual seu pai o fazia quando falava que ela era a dama de Pirneszar, ela olhou tentando encontrar algo seguro no fundo do abismo. Um solavanco a desequilibrou e fez cair em direção ao negrume, suas cordas vocais protestaram causando um riso do velho que soltou sua mão e segurou firme em seu antebraço antes que ela pudesse realmente se soltar, balançando ela em direção ao jovem de cabelos desgrenhados que de pronto a segurou. Seus pés encontraram um local seguro, ainda tonta pelo pequeno salto não reparou que havia abraçado Sten. Ele sentiu os braços dela o aquecerem como a melhor fogueira que ele aprendera a fazer, sentia conflitar dentro de si o desejo de permanecer ali por até que as árvores dessem flores e a vontade de que seu espaço fosse aumentado com a rapidez de um raio, suas mãos acabavam de soltar da cintura da moça e os olhos foram magneticamente atraídos para seus pés.
Vamos.
Soou a voz estridente do velho.

O vento soprava na fenda fazendo música nas cabeças dos três, os olhos treinados de Liof o fazia indicar o caminho com a perfeição que um louco poderia indicar, as vezes a beira em que caminhavam se fazia de meia caverna e deixava com que se sentisse mais protegidos mas era quando o louco mais gostava se aproximar da escuridão do ar do abismo.
Como vocês descobriram essa fenda na montanha?
Finalmente Marian quebrara o silêncio de muitas horas.
Eu e Liof escavamos cada parte até Chegar em um pântano.
A frase saiu displicente.
Só não demos a volta no mundo porque nem todas as pedras são tão fáceis de escavar-
Liof falou se divertindo com a ideia de cruzar o mundo.Tudo lhe pareceu tão absurdo que ela se calou por alguns instantes, pescou então na mente uma palavra que tinha passado desapercebido.
Você falou pântano?
Sim é onde encontramos uma das pedras mais duras existentes, até com presas de cobra d'água tentei arrancar ela e nem arranhou.
O pântano fica próximo de Falligan.- a decepção reinou em sua voz- Não sei pra onde ir, pra ser sincera nem sei se há aldeias perto da nossa. Os cavaleiros escarlates nunca permitem que saiamos de nossa cidade. Pouquíssimas vezes vi algum viajante chegando na aldeia.
E nenhum deles se reunirão de novo.- Estacou o velho vidrando os olhos na noite olhando de uma forma diferente para a escuridão.
 O que? Não entendi o que você falou.
Ele não repetiu, o silencio imperou novamente.

Quando a noite se encontrava mais densa encontraram a rocha rubra a brilhar como brasa, Sten subiu com uma naturalidade o paredão, esticou a mão e Liof se pendurou fazendo questão de pular um pouco em direção ao abismo e foi soerguido com uma velocidade impressionante, logo o braço se estendeu e a puxou para cima da rocha, ao se levantar na beira ela cambaleou mas logo encontrou o apoio do braço que a havia puxado.
Vamos dormir aqui - decretou o velho  não se dá uma lição a essa hora da noite em ninguém, quero que ele esteja bem acordado para aprender direitinho!
Eles deitaram um pouco depois da pedra em uma relva, verde em que Marian contou as estrelas até adormecer, Liof apagou feito uma criança que gastara suas energias pulando, brincando e inventando histórias. Sten demorou a dormir, não estava acostumado a presença de outra pessoa a não ser seu velho amigo e analisava na mente as novas descobertas do dia.

Um frio correu pelo corpo de Sten, abriu os olhos sentindo a neblina ao seu redor, ele vestia apenas um cota feita da pele de um Lagarto-pele-de-pedra, feitos por Liof e o ar gelado adentrava os buracos da vestimenta.
Que bom que acordou garoto. Precisamos de alguma coisa pra comer
O velho se encontrava sentado no galho de uma árvore distante o suficiente para ter gritado um pouco.
A menina estava apreensiva, com a visão nublada pela névoa não fazia ideia de qual sentido tomar para a sua aldeia. Enquanto ela pensava, viu Sten enfiando as mãos dentro das águas que apresentavam uma camada de névoa um pouco mais densa por cima. Apos muitas tentativas o rapaz havia capturado alguns sapos-linguaroxa e rãs-brancas. Liof levou galhos mais secos das arvores, que buscou de seus topos e fez uma fogueira. A mulher se controlou para não vomitar diante daquela estranha refeição matinal. Terminado a refeição o louco rumou em disparada pelo pântano sem pensar em uma direção qualquer
Eu sei onde é, Eu sei onde é!!!
Sten seguiu sem pensar duas vezes.
 Ele realmente sabe para onde esta indo
falou a menina pegando um pouco de folego.
Eu não sei.

Depois de correr pelo pântano e errar muitas vezes o caminho, a silhueta da aldeia se mostrou. Casas com telhados e paredes de pedra branca. As tochas da aldeia começavam a ser acesas enquanto os três se aproximavam. Os sentimentos dentro de Marian se misturavam: sentia raiva daquele local por ter permitido ser dominado por um líder desleal, sentia medo por sua vida e estranhamente sentia-se segura ao lado daqueles dois selvagens da floresta-sem-luz.
Como é seu nome querida?- Perguntou o velho como se tivesse feito uma indelicadeza.
Marian.
Meu nome é Liof e esse ao meu lado é meu aprendiz Sten— Ela olhou estranho para o velho- Como é que uma pessoa se torna líder na sua aldeia?
Tem que se vencer o mais forte da aldeia...
Um brado parou os três.
Vocês três o que vieram fazer em Falligan?
Liof respondeu com muita sinceridade em sua voz
Vim entregar Marian para Ruflo.
O instinto dela a fizeram recuar, o medo tomou conta de seus membro, Sten a segurou pelo braço acalmando ela e de alguma forma fazendo com que ela se sentisse segura. O Guarda que estava ao lado do portão de entrada, logo se direcionou aos três com no punho da espada
Pode deixar que eu entrego-a.
Ruflo cuspiu no chão.
Você não vai receber a glória em meu lugar.
A expressão do guarda se fechou, ele puxou um pouco a espada colocando a guarda um pouco mais a cima da bainha, O louco não sentiu medo.
Senhor seja sensato, você não me conhece e nem a meu aprendiz. Arrumar briga com inimigos que não se conhece é pedir para ser surpreendido.
A espada se completou a bainha novamente e gritou para o guarda mais próximo.
Rinua Deixe os passar, vamos levá-los ao mestre!
O guarda parou olhando os dois dos pés a cabeça, tentando entende como um velho maltrapilho e um jovem com aspecto de mendigo haviam o feito temer, Seguiu e seguiu as costas de ambos.
As ruas estavam sujas, com sacos de guardar grãos rasgados no chão, palhas estavam espalhadas pelas ruas, porcos vagavam sem rumo. Caminhavam em direção ao coreto da praça central da aldeia, a cada passo mais um guarda se aproxima, por curiosidade ou por ordem. Perto da praça Via-se uma casa que destoava das demais, paredes de pedra vermelha com muitas tochas, e adornos coloridos em janelas e portas. Os moradores começaram a se aglomerar para ver pessoas novas, coisa rara de acontecer por ali, muitos cochichavam a ao ver Marian. O clima se adensou enquanto um dos soldados foi avisar a Ruflo, logo saiu da casa vermelha o homem que se encontrava diferente de quando trombou com os dois na floresta estava gordo, bochechudo e furiosamente corajoso. Sten não o reconheceu.
A Garota vou te ensinar a nunca mais desafiar meus comandos- fala quando se aproximava da mulher que estava sendo segurada pelo rapaz, segurou em seu braço e a retirou das mãos daquele que a guardava. Liof começou a gargalhar. Todos silenciaram.
Você não nos dará nenhuma recompensa senhor? Afinal trouxemos sua futura mulher de volta


A raiva que já transparecia pelas bufadas que ele dava no ar, se voltou em forma de Brado
O que vocês querem de recompensa?- riu debochando- já sei p que vocês merecem, soldados matem esses dois intrometidos!
Liof gargalhou novamente, Sten então entendeu. Viu nos olhos de Ruflo aquele homem medroso que deixara ir embora quando ameaçou o sua casa. Os guardas desembainharam suas espadas.
Esperem, porque você está rindo?
É divertido ver como uma posição mudas as pessoas, vou querer como recompensa que você passe o domínio de sua cidade para Marian, já que você não soube aproveitar isso.
Soou de forma firme e assombrosamente poderosa a reivindicação, Ruflo olhou desacreditado para ousadia do velho e então reparou no jovem quer o acompanhava e estremeceu
Matem eles! MATEM ELES!
As espadas começaram a dançar, Marian saiu da linha de combate para uma ruazinha onde observava o combate. Liof desviava com maestria de cada uma delas, Sten avançou e ganhou a distância até o líder, retirou sua adaga e escutou entre o tilintar das armaduras em movimento
Não mate ele.
Liof segurou o braço de um soldado que o atacava com mais vigor e o torceu causando dor suficiente para que ele desistisse, algumas espadas foram em direção de Sten. Desviar de espada era ridiculamente fácil quando se aprendera a desvia das garras de um Carcur. Vendo os movimentos de longe, Marian entendeu que seu pai havia sido morto por um daqueles dois selvagens e não por Ruflo. Ela chorou. Sten apoiou-se na perna de um soldado para dar passagem, sentiu sob seus pés o joelho dele estalar. Rolou e segurou o gorducho pelo pescoço e a luta cessou ao mesmo tempo com um soco na têmpora, Liof desmaiava mais um soldado. Tomou então a palavra.
Senhores e senhoras, Marian me trouxe a notícia de que esse homem tem causado muitos problemas para a vida de vocês- Escutou a multidão concordando e alguns soldados envergonhados da fidelidade aquele homem gritar também- Então vamos expulsá-lo daqui e nunca mais venha a essa cidade. A pena dele será viver caminhando por ai.- Escutou-se algum murmúrio de desejo da morte de Ruflo E mesmo que não concordem, eu que venci o lide poderia muito bem me proclamar líder daqui mas não o farei, quero apenas que esse homem seja exilado e que Marian possa liderar essa aldeia da melhor forma possível, Estamos entendido?
A multidão concordou. Marian saia da ruela em que se escondera, limpando as lágrimas e mantendo a máscara de gratidão apontada para Liof. Sten levou Ruflo até a porta de entrada da aldeia e o atirou para fora dali.
Vou embora Sten, você fique aqui pois Marian necessite de uma ajuda e você precisa apender mais sobre mulher- saiu gargalhando pela porta da aldeia. Aquela noite houve festa na aldeia.

Sten então transformou a mulher que era escrava em líder maior de sua aldeia. Que um dia iria se tornar a primeira rainha de Valian

Um comentário:

  1. Aguardando o proximo capitulo da historia...
    O que sera de Valian comandada por uma ex-escrava?

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