O homem com cabelos negros corria velozmente atrás de Ruflo, um reclamador comum mas aquele não era o dia correto para reclamar da variedade de animais assados na taverna do líder, o pobre homem magro só sabia correr, entrou na floresta-sem-luz, passou pela árvore vermelha sem ver. Aqueles que acompanhavam incitando a briga, estacaram diante a árvore.
—Fracos vocês tem medo de uma árvore?
Gritou o grandalhão. Partiu à procura de sua vítima, seguiu o barulho da corrida do frágil, que caía constantemente. Uan também caía porque o negrume era enorme, sua mente não raciocinava os perigos que poderia haver ali. Seguiram nessa perseguição por tanto tempo que acharam uma clareira no meio da floresta, ao aproximar-se da luz viram que havia no meio uma árvore, raízes grossas e folhagem irregular, agora o tropeço levou Ruflo ao chão. Uan foi implacável, avançou como o predador que abaterá a caça, um chute mal dado no tronco fez um grito sair abafado por entre os lábios:
—Não
foi por mal a reclamação, eu estava errado, sua taverna
tem uma variedade ótima
de carnes e bebidas
—Irei
te levar a um lugar onde não poderá
reclamar nem da vida.
Segurou o machado com toda a vontade e raiva que ele tinha, esticou o braço
preparando o golpe. Uma sombra surgiu, tirou o equilíbrio
do executor com um golpe exato no joelho, as mão afrouxaram e o
machado caiu, fazendo viver o reclamão. Entre o grandalhão e sua
vitima estava um jovem, cabelos desgrenhados, sujos e grandes, com a
cabeça baixa, mas com os olhos fixos no homem que se levantava
lentamente, a postura do desconhecido era a de um animal protegendo
sua casa. O homem esboçou um sorriso, fazia tempo
que não
tinha um oponente, todos da aldeia o respeitavam e quando
tinha seus acessos de raiva apanhavam quietos ou corriam como Ruflo, para saciar um pouco da sede de sangue que adquirira nas
guerras, resolveu perseguir ele, ganhara então um desafio.
—Saia
do meu caminho
ou você
morrerá junto com esse infeliz
Cuspiu
Uan. O rapaz rilhou os dentes enrijeceu
os músculos
e buscou algo amarrado no pedaço de pano que cobria a cintura, tirou uma
adaga totalmente
branca, parecia feita do dente de algum animal, o brutamontes se
moveu em direção ao seu oponente, ruflo buscou a proteção da árvore, a velocidade do garoto era impressionante,
ele esquivou do golpe movendo-se para frente e abaixando-se em um
movimento limpo, projetou seu corpo segurando o homem pela
cintura, com o peso os dois foram ao chão, adentrando um pouco da
escuridão ao redor da clareira, rapidamente o garoto arrancou o
cordão do pescoço do homem e perfurou-o num mesmo movimento. As
forças de Uan se esvaíram
e o selvagem se afastou como se algo
causasse medo e logo as raízes
seguiram em direção ao sangue tragando o corpo sem vida. Virando-se com um certo alívio, olhou o homem que via aquela cena escondido, então lançou o cordão com força em cima do homem e com a mesma
velocidade, iria executá-lo. Mas escutou uma voz estridente:
—Deixe-o em paz Sten!
O pobre homem já
tomou susto demais por um dia e você magrelo nunca mais traga
problemas para floresta, aqui é um lugar amaldiçoado, suma!
O
homem não pensou duas vezes, correu com o colar na mão para a
direção de onde viera. Disciplinadamente Sten
subiu na árvore enquanto escutava a risada insana de seu guardião.
Ruflo além
de reclamar, sabia aproveitar as oportunidades. Voltou utilizando-se do
colar para confirmar a história
de que havia acabado com a vida de Uan, muitos duvidaram, mas ninguém
o contestou e a
partir
daquele
dia a aldeia tinha um novo líder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário